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O MAL DAS MULHERES MODERNAS

O MAL DAS MULHERES MODERNAS

O MAL DAS MULHERES MODERNAS
O alastramento do câncer de mama tem ligação com as mudanças de comportamento. Uma dieta menos gordurosa ajuda na prevenção da doença.

Não há doença mais temida por uma mulher do que o câncer de mama, o mais comum e letal entre o sexo feminino. Tirar um seio é ao mesmo tempo uma mutilação física (reparável por meio de plástica) e emocional – não raro, incancelável. O pior é que tal procedimento nem sempre dá resultado: dos 35.000 novos casos registrados a cada ano no Brasil, 8.500 terminam em morte. O componente genético desse tipo de tumor não pode ser menosprezado.
Quem tem mãe ou irmã acometidas pela doença tem mais probabilidade de desenvolvê-la. Mas o estilo de vida é preponderante no seu surgimento. De cada dez pacientes, nove foram atingidas pelo mal por causa de hábitos pouco saudáveis.
 
As dietas ricas em gordura, o excesso de peso e o sedentarismo transformam as mulheres em verdadeiras bombas hormonais. Em especial de estrógeno, o hormônio sexual feminino por excelência. Ele é o vilão número 1 quando o assunto é câncer de mama. Em demasia, o estrógeno se torna pernicioso.
 
Grandes quantidades da substância incrementam a multiplicação das células mamárias. E, nesse processo, cresce a possibilidade de ocorrer um erro, o que pode levar ao aparecimento de um tumor.
A ingestão exagerada de comidas gordurosas aumenta em até 30% a produção de estrógeno. Ela é especialmente perigosa em dois momentos: no início da idade adulta, época em que os níveis hormonais já são normalmente altos, a fim de garantir a capacidade reprodutiva, e depois da menopausa. Nessa fase da vida, o organismo feminino diminui naturalmente a produção hormonal. Se é estimulado a fazer o contrário, o risco de pane metabólica é maior, o que pode resultar em câncer. Uma boa medida, portanto, é adotar uma alimentação equilibrada.
 
Um estudo publicado na Inglaterra mostra que manter uma dieta com pouca gordura e enriquecida por fibras reduz as taxas hormonais em até 20%. Fazer ginástica para queimar células adiposas, verdadeiras usinas de estrógeno, é outra providência imprescindível. Meia hora diária de exercícios corta os riscos da doença em cerca de 40%.
As profundas mudanças comportamentais verificadas nos últimos cinqüenta anos também contribuíram para o alastramento do câncer de mama. Associado a regimes alimentares desbalanceados, o ritmo mais intenso de vida fez com que as mulheres passassem a menstruar mais cedo e a entrar no climatério mais tarde. Além disso, ao estabelecer a carreira profissional como meta prioritária e deixar o casamento em segundo plano, elas vêm retardando a maternidade, tendo poucos filhos e amamentando por menos tempo. De uma perspectiva social, tudo é fruto de grandes conquistas.
 
Do ponto de vista orgânico, porém, o resultado é uma exposição mais longa à ação do estrógeno (os níveis do hormônio caem drasticamente durante a gravidez e o aleitamento). Para se ter uma idéia, quando o costume era emendar um filho atrás do outro e o tempo entre a menarca e a menopausa era menor, as mulheres tinham ao longo da vida cinqüenta menstruações. Hoje, elas podem menstruar até 400 vezes.
 
Como não dá para revogar a emancipação feminina, é preciso redobrar os cuidados com a prevenção. Um auto-exame mensal, para detectar caroços, deve ser feito a partir dos 20 anos. E mamografias anuais a partir dos 50 anos são obrigatórias. Com essas medidas básicas, é possível flagrar o câncer na sua fase inicial, em que as chances de cura chegam a 90% e as mamas podem ser preservadas.

 

Fonte Fonte: VEJA Sua Saúde – 28/3/2001.

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