A CHAVE PARA UMA SAÚDE MELHOR: Refeições Saudáveis no Trabalho
Ou comemos bem no nosso dia a dia ou toda riqueza que produzirmos não terá valor algum pra enfrentar este mar de doenças em que nos metemos.
Muitos países estão apostando suas políticas em alimentação saudável para melhorar o nível de vida de sua população. Especialmente as nações em desenvolvimento, que estão em busca de estratégias preventivas para evitar as epidemias de obesidade, diabetes e doenças crônicas que já pesam na produtividade e redução de vida nos Estados Unidos. A alimentação saudável pode devolver as taxas de diabetes tipo 2 de volta ao seu nível histórico de cerca de 0% em países como os EUA, com nível atual de 8%, e México, onde 12% da população tem diabetes, até agora a principal causa de morte no país. Porém, para a maioria dos adultos, o café da manhã é uma mancha na memória, o trabalho, uma prisão desprovida de escolhas alimentares saudáveis, e o jantar uma correria. Então, quando e onde eles podem comer as recomendadas cinco porções ou mais de frutas e vegetais por dia? A chave é justamente os almoços saudáveis no trabalho. Em quase todos os países, muitos trabalhadores enfrentam o mesmo problema: falta de acesso a alimentos decentes no trabalho. Se há uma lanchonete, normalmente ela não serve comida saudável, ou é cara, ou os dois. A maioria dos restaurantes próximos ao trabalho é tipicamente da variedade “fast-food”. É por isso que nutricionistas da Universidade de Antioquia têm instituído diversos programas de alimentação aos trabalhadores em cidades com mais de três milhões de habitantes. Um destaque é o café em uma fábrica de montagem da Renault, no qual são servidos aos trabalhadores uma oferta equilibrada de arroz, feijão, sopas, carnes e seleções amplas de vegetais crus e cozidos. Segundo os pesquisadores, a Renault observou uma melhora quase instantânea nos perfis de saúde dos trabalhadores em termos de peso, colesterol e outras medidas metabólicas. A solução proposta pela Renault é interessante. Da mesma forma, na Europa, onde o espaço é limitado e lanchonetes podem ser raras, os empregadores muitas vezes oferecem vales refeição para que os trabalhadores possam ir a um restaurante local e comer uma refeição balanceada que corresponde ao valor do vale. Em Cingapura, onde empresas de pequeno porte abundam – pequenas demais para oferecer um refeitório para os trabalhadores – os empregadores constroem uma cozinha para permitir que seus empregados cozinhem ou aqueçam alimentos de casa. Na China e em partes da África, empresas com poucos recursos muitas vezes tem um cozinheiro que prepara uma refeição saudável simples aos trabalhadores. Estes são exemplos de empresas, se não nações, que compreendem as implicações a curto prazo (intoxicações alimentares) e a longo prazo (obesidade, diabetes, doenças cardíacas e câncer) de uma alimentação não saudável. A boa comida torna-se um investimento em saúde, segurança e produtividade, ou então, no futuro, todo o país pagará muito mais caro. Nunca é tarde demais para comer melhor. O México aprovou em abril uma lei que oferece incentivos fiscais para empregadores que oferecem aos seus trabalhadores melhor acesso a alimentos saudáveis. Segundo os pesquisadores, quando a maioria de nós passa metade do dia no local de trabalho e faz uma ou duas refeições lá, é essencial que os países e empresas se conscientizem da importância das políticas de alimentação saudável.
Fonte : LiveScience 20/9/2010